
Gosto de fazer navegar os meus olhos na tua pele escura, sedosa, curvilínea em ondas do meu desejar. És tão chocolate, tão café que não me canso de cheirar. Gosto de te ver caminhar, elegante, ondulante, pisando o soalho quente que geme ao teu passar. Tens uns olhos lindos, amêndoas de árvores visitadas ainda em flor. Tens seios TIRAMISU, coroados com montinhos de canela, a enfeitar. Quando queres, deixas o teu sexo se mostrar. Sexo de chocolate quente, húmido, bom de se beber, óptimo para saciar uma vontade imensa que tenho em o beijar. Vontade de adoçar a minha língua com o teu sabor, em lambidelas fundas, enchendo a boca com lambuzar guloso, fundido, derretido, dentro de ti. Chocolate relaxante, viciante, negro como o teu corpo que derramo docemente em lençóis de seda que te arrepiam, nestas noites frias de Inverno, noites frias de passar. Assim deitada em contraste belo, adoço-te com corpo branco que te trago, que te cobre, te seduz, te prova em fragmentos de pele a brilhar. Ela chega sempre a ti devagar, só para ti, num sorriso de paladar, numa explosiva mistura de sabores que se contemplam, se provam mutuamente, se fundem em jogos de sobremesas, que saboreio sem provar. Vejo-te receber beijos brancos de açúcar que ganha ponto no calor da tua língua. Vejo lábios da mesma cor, línguas da mesma cor, tocando-se em fundos de branco e negro. Vejo jogos de damas em competição, comendo-se em jogadas de prazer, devorando-se em surpresas não pensadas. Vejo mãos brancas percorrendo a tua pele de chocolate, sugando-te a canela que não desliga dos teus seios. Crescem numa boca branca, que te devora mais e mais. O teu sexo em tons de rosa, que abres delicadamente, combinam com a língua do corpo branco que te abraça. Depois, deixas-te penetrar por alvos dedos que brincam dentro de ti em batidos de baunilha. As tuas mãos negras, esguias e lindas, cheiram a café acabado de moer e derretem em nata, a pele branca que percorres com mestria. Gosto dos teus dedos cacau afiando mamilos quase chocolate que coroam seios de claras brancas, em castelos de sonhar. O corpo branco que tocas, que mexes, que exploras sem mapa e que com olhos gulosos, desejas temperar com sorrisos de chocolates que inventas. Os seios que lambes com saliva branca de café. Sexo que beijas com sexo. Corpo branco de leite que se derrete como gelado sob calor dos teus dedos. Baunilha e chocolate, que se entrelaçam em beijos molhados e longos. Corpos sem fronteiras, sem passaportes que viajam em si, por si, dentro de si, partilhando-se em sabores, prazeres e sexo. Corpos que se dão em noites escuras de chocolate negro com branco baunilha de luar.