30.10.09

teu sabor a café


Recebi palavras em mensagem terna, imprevista e desejada. Tinha o teu sabor a café e li os teus olhos azuis por baixo assinados. O Inverno passava já pela cidade conquistando ruas arrepiadas por brisas geladas. Tu ali estavas estoicamente, no banco de jardim combinado, com sabor a quente nos lábios, para te provar. Alcancei-te com os olhos e fiz-te sorrir quando eles quase te pegaram ao colo para te abraçar. Queria tanto ter-te assim como te deste, no teu ar de princesa-menina, olhos de mar distante e cabelos dourados por sol que trazias no coração. Gosto tanto do teu sotaque quando dizes coisas lindas, quando escorres sexo ao falar. Gosto do teu metro e meio em corpo de mulher sensual, quando levemente te encaixas em mim e me deixas que te transporte em sonhos de prazer, por mares sempre navegados, quando te libertas em oceanos da cor dos teus olhos. E assim ficamos tantas vezes, flutuando em prazeres, no sofá da sala com o teu sabor a café partilhado. Como na primeira noite em que fugimos do Inverno, coubemos apertadinhos, de mãos dadas e beijos aos montes que cresciam tanto. Lembro-me bem dos teus beijos, princesa. Curtos, saltitantes nos meus lábios. Lembro-me da pontinha da língua em voos de beija-flor. Lembro como te fui percorrendo com as mãos, como as enchi com os teus seios pequenos, perversos e perfeitos. Sinto ainda, quando fecho os olhos, o teu sexo que conheci ali no sofá, por tacto que molhaste e ousei despi-lo só para o ver. Senti a tua pele branca, na minha coxa encaixada entre as tuas. A tua pele branca combina com café, mesmo em sabor. Lambi-a devagar e deixei-a impregnar a minha alma com a textura dos teus poros acordados, para fazer amor contigo mesmo que não estejas. Assim passo noites contigo, sempre que quero. Deito-te a meu lado mesmo na tua ausência. Entro em ti, mesmo que tu não estejas. Com ou sem ti no sofá, nua, de corpo enroscado no meu. Com ou sem ti, sinto os teus orgasmos prolongados espalhados pela casa, ecoando em paredes brancas como a tua pele, paredes sempre despidas como te vejo, paredes que quando quero faço transpirar o teu sabor a café.

26.10.09

9 princesas

Espiei, autorizado, o teu prazer partilhado, feminino, combinado sempre que a brisa do desejo arribava às praias de areias de erotismo. Eram 9 princesas. Uma, tu, a minha princesa, a que me enchia de vontades só com palavras faladas. Palavras que falavam das aventuras que sem pudores acertavas com 8 princesas lindas como tu. Ali estava eu, autorizado, espiando, intruso no sonho que era teu, fantasma pairando nos teus sentidos. Juntavam-se na Primavera, como flores aos molhos em mãos de namoradas. Nove, era o número, desde sempre, desde as primeiros encontros tímidos, desde os primeiros afagos de pele, desde os primeiros beijos 3 a 3, molhados, abraçados, lábios sentindo lábios, línguas tocando línguas. Nove, “numero da realização total, o maior de todos os números primitivos”. Primitivos instintos que uniam as 9 princesas. “As características de todos os outros algarismos estão contidas no número 9, que poderá desenvolvê-las até ao seu grau máximo. Ele representa 3 vezes o número 3, o que lhe dá também mais uma qualidade: a de transformar a versatilidade do número 3 em inspiração”. 9 princesas inspiradas em sexo, versáteis em despudores. 9 princesas em sorteio inspirado. Sorteio viciado por olhares provocadores, por gestos preliminares que excitam, por dedos ansiosos passeando ao de leve em cabelos soltos. Três grupos de três formados por desejos de corpos nus que se oferecem entre si, em prendas doces, que se comem. Triângulos de corpos em linhas perfeitas, equiláteras, continuas, bocas e sexos em comunhão. Beijos aos montes, daqueles que só princesas sabem dar. Daqueles que se devoram, gulosos. Daqueles que se vendo, se sentem, mesmo espiando. Dedos percorrendo teclados de corpos suados e belos. Mozart acordava-me, e por momentos imaginei aquelas princesas nuas, brancas, deitadas, abraçadas, ondulantes e vibrantes em pianos negros elegantes. Eram também três (http://www.youtube.com/watch?v=jpCkS7X3Oao), os pianos, em andamento primeiro, excitante e alegre.
Gosto de ver os seios das 9 princesas, em beijos de mamilos adocicados por chocolate derretido. Era tradição, as doçuras espalhadas. O inicio do fim. Chocolate morno, que não arrepia, espalhado em corpos que sem membros erectos, foram extasiados por dedos sábios, de mãos ousadas, em penetrações que fazem esquecer homens. Até mim chegou-me o ar que passou pelos corpos desnudados, pelos sexos, pelas bocas, pelas línguas húmidas. Os cheiros de 9 perfumes pintados de chocolate, os sabores adivinhados no desenho de cada sexo. Molhei-me, nas gotas de saliva que espiei pingando nos seios, em grupos de 3, fartos e excitados. Adormeci inebriado por sexo destilado de 9 princesas e só acordei com os teus seios pousados no meu peito e um teu beijo sabendo a chocolate.

A humanidade. O número raiz do presente estado de evolução humana. O número de Adão. O número da iniciação: assinala o fim de uma fase de desenvolvimento espiritual e o início de outra fase superior. As 9 esferas celestes e os 9 espíritos elevados que as governam. O ilimitado. Os 9 orifícios do corpo humano. Os 9 meses da gravidez. O número dos ciclos humanos temporais na Terra.” (http://www.numerologo.com.br/simbologia.htm)

21.10.09

teu perfume

toto: António Louro(http://www.olhares.com/)

Fui encantado pelo teu perfume. Ontem à noite, adormecido de 4 sentidos, tive o quinto a dirigir os movimentos erráticos a que me obrigaste. Fui possuído por ti, usaste o teu perfume e despiste-me de vontade própria, fazendo-me colar aos teus percursos por entre lotes de produtos que descomprometidamente ias fazendo crer que vias. Os olhos também cheiravam, a pele absorvia o ar por onde passavas e simplesmente ouvia os teus passos de tacões finos, em compassos perfumados e eróticos. A elegância da tua postura provocante, ia derramando fragmentos de convites pelo chão onde passavas. Olhavas, por cima do ombro, de soslaio, verificando se os apanhava. Agarrava-os, instintivamente, pelo cheiro, e não largava as sombras que deixavas cair em prateleiras de chocolates e bebidas. Ficavam por lá marcadas justamente o tempo necessário para te encontrar, em cada segundo de atraso daquele jogo de sedução que jogávamos alheios aos olhos que nos viam. Ao dobrar de um movimento, a roupa acariciou-te o corpo, apertando-o para eu o ver. As linhas pousaram nas curvas das tuas ancas e desenharam os contornos dos seios, que logo ali desejei encher de beijos. Percebeste-me, e tocaste-te ao de leve, oferecendo-mos à distância do teu perfume. A intensidade media a minha distância de ti. Cheirava-te perto, não te via. Lembro-me de uma intensidade imensa que me perfumou por dentro, a alma, o sangue, a saudade. Lembro-me do peito a encher-se sofregamente do ar que te tinha afagado a pele, em carícias ofegantes. Adivinhava-te assim nua, em intensidade perfumada máxima e distância reduzida a zero. O teu perfume era total, encantando-me, cegando-me, ocupando-me de prazer. Às escuras, senti-me agarrado por ti, violado pelos teus beijos, tocado por tuas mãos, acariciado por teu perfume, derramado em orgasmo apressado que provocaste em nossos corpos.

18.10.09

80%


Eram flocos de neve que gelavam, com desenhos brancos, a paisagem de pinheiros nórdicos que enfeitavam, agora, a nossa vista. Eram flocos de neve que desenhamos antecipadamente em conversas sedutoras. Eram flocos de neve que lá fora caindo, aqueciam cá dentro, desejos prometidos e lembranças desejadas. Tinhas desejado, prometido estava. A tua pele perdera a tonalidade que o sol te dera, ganhando a tentação da neve que te sorri. Era Inverno e longe. Gosto do destaque ganho pela cor das aréolas coroadas por mamilos arrepiados, reagindo à temperatura que abraçava as árvores despidas de verde, vestidas de noiva. Tu despida de tudo, vestida de encanto, brincavas às escondidas por entre as brumas da sauna que te escorria na pele. Duas gotas condensadas enfeitavam-te os bicos agradecidos e ateavam os sentidos que tinham há muito invadido o espaço quente e húmido. O ponteiro marcava 80% e os bancos corridos de madeira, molhados de vapor, esperavam ansiosos pelo toque da tua pele. Adivinhando-lhes os desejos, ofereceste-lhes as costas e por entre neblinas, beijei-te, toda, escorregando em suores que libertavas. Deslizei em ti, contornando com o peito os declives do teu corpo. Ia adivinhando os caminhos. Percorria-os atentamente, e senti-me perdido no nevoeiro do prazer que emanavas. Cumprindo a tradição, castigava docente a tua pele com toques de ramo de eucalipto, marcando-te com riscos prazenteiros de beijos verdes de folhas. Assim, perfumes soltos entravam-nos na pele, por poros dilatados, relaxados, também eles extasiados por sauna desejada. O ponteiro tremia nos 80% e com todos os seu sentidos, desfrutava-te. Como eu. Provei-te os sabores que libertavas, tacteava-te com mãos cheias: seios, ancas, coxas, sexo. Detive-me no teu sexo, demoradamente, como gosto. Brinco nos contornos das pregas dos teus lábios. Identifico sabores, misturo saliva, encontro o teu orgasmo madrugador em toques circulares de clítoris. Os teus pés nas minhas costas, comandam os movimentos. A tua pressão é transferida com a mesma intensidade pela minha boca, para ti, entre pernas. Sinto as tuas coxas abraçando-me e líquido teu a escorrer entre as tiras de madeira lisa do banco que te suporta. Quero-te despida assim, vestida de névoa, oferecendo-me o sexo acordado por desejos que o molharam. Em suores de sauna, ouvi-te gemendo, quando encostada às paredes de madeira corrida, deixei minhas marcas dentro de ti. O ponteiro desfalecia nos 80% e os bancos corridos de madeira, molhados de vapor e de nós, contemplavam nossos corpos esgotados.

15.10.09

choveram pétalas no teu corpo

foto: Jomane (www.olhares.com)

Esta noite choveram pétalas no teu corpo. O teu sorriso ficou estampado nos lençóis com a tinta dos beijos que me deste. O perfume ainda o sinto na pele que saciaste em deslizes de teu corpo suado de desejo, abraçado de fome, escorrido de sexo. Lembro-me das tuas unhas riscando contrastes. Lembro-as agarradas ao meu sexo em movimentos que pressinto quando imagino o teu sorriso doce. Lembro-me como combinam em perfeição com os teus lábios de morango sugando-o em torturas consentidas. Combinam, sabias? Os teus dedos alongados, os teus beijos sumarentos, o meu sexo…. junto às pétalas que trouxeste e que espalhaste na minha cama. São vermelhas as pétalas que deixaste. Vejo-as espalhadas como fragmentos instantâneos, restos de sorrisos, mãos, sexos em contraponto. Os lençóis cheiram a ti e consigo neles desenhar as posições do teu corpo exposto, em danças sobre o meu. Dançaste em ritmos lentos e frenéticos, cantaste em gemidos de tango e balada. Eu, que não sou de danças, acompanhei-te por instinto, colei-me a ti e deixei a tua pele colar-se em mim ao ritmo dos teus desejos. E assim ficamos em cores vermelhas, entrelaçados, em contornos de um corpo só. Deixaste-me sentir, por dentro, os orgasmos que me/te enlouquecem. Escorreram em mim, saboreando a textura da pele arrepiada. Beijei-te sofregamente e as nossas línguas bailaram acompanhando os orgasmos que sentíamos. Dancei contigo, dancei em ti, em danças vermelhas, quentes, sedutoras, como as pétalas que hoje choveram no teu corpo.

11.10.09

cabelos apanhados

foto: Ricardo Jorge Melo (http://www.olhares.com/)

Gosto quando chegas assim. Cabelos apanhados, pousados sobre os ombros, revelando linhas de pescoço que apetecem beijar. Gosto de ver os teus ombros nus, oferecidos por camisola provocantemente descaída, mostrando pele com résteas se sol de verão expressas em linha branca desenhada por alça de biquini. Caminhas ondulando para mim, deixando rasto excitado pelo chão. Sinto sempre a tua chegada por antecipação perfumada que me invade antes de colocar os meus olhos em ti. Provocas brisa sudoeste no corredor dos sentidos. Brisa que me toca, antes de ti. Brisa que me abraça, preparando caminho para os teus beijos. Brisa que me arrepia em lembranças do teu corpo desnudado em “strip-tease” provocado por “bolero” que imagino. Gosto quando chegas assim, cabelos apanhados, perdida de excitação, perdendo roupa num percurso de prazer que descobres em horas desencontradas. Perdes-te nos fusos nossos, sem saberes se vens para me acordar ou adormecer. Sabes que vens. Só. Para saciar sedes e fomes acumuladas por tempos de nostalgia. Chegas de cabelos apanhados que brilham num dourado intermitente, reflexo da chama de desejo que em mim arde devagar. Ouço o crepitar, misturado com o teu cheiro bom e desejo-te com seis sentidos. Desejo aquilo que desejas. Quero um abraço das tuas pernas, permitindo passeios molhados da minha língua nas tuas coxas. Preciso beber-te nos lábios, águas em cataratas de orgasmo. Queres sentir vertigens de escorrências múltiplas, enquanto te lambo, enquanto lambes os teus seios. Em intervalos curtos, beijamo-nos trocando salivas, apertando-nos, libertando saudades amontoadas em conversas fora(dentro) de horas. Viras-te de costas, e provocas-me, com lábios expostos, ansiosos, latejantes. Senti-os engolindo o alvo do teu desejo. Deslizas em mim, em penetrações e libertações graciosas, saborosas e sentidas. As minhas mãos agarram-te forte, em cintura suada, impelindo-te para profundidades que te fazem gemer. Gosto de ver o teu corpo nesta perspectiva curvilínea, percorro visualmente as tuas linhas, descobrindo sinais de beleza subtil. Percorro mentalmente o caminho que une os teus cabelos apanhados, que agarro, ao meu sexo, que te enche. Puxo-te para mim, com força. Sinto-te voando em prazer pleno e liberto-me de ti, esvaindo-me docemente na entrada do teu sexo. Sorris com o calor que te escorre entre pernas. Sentes o meu calor liquefeito penetrar-te duplamente em prazeres nunca sentidos. Sorris, beijas-me e libertas os teus cabelos apanhados

9.10.09

sempre que a lua anuncia


Sentado na areia numa noite de luar farto, escorrido em prata, observo-TE. Sempre que a lua anuncia, banhas-TE como deusa, em noites de azuis em êxtase. O mar e o céu, abraçam-se, contemplando-TE. Vêem-TE, como eu, brindando o corpo com espuma quente. Vêem -TE, fazendo amor com as ondas que espalham beijos por ti, em jogos de sedução. Tu escondes-TE, mergulhando, sorrindo, fingindo não perceber. Desapareces, por segundos, no negro-azul pintalgado de branco-espuma, e voltas com cabelos dourados por luz prateada de lua cheia, confidente dos meus desejos. A água penetra poros de pele sedosa, salgando as carícias que distribuis pelo corpo molhado de mar. Brincas contigo, brincando comigo, excitando-me. Sabias que ali estava, para TE receber. A lua anunciara. Sentado, esperava, para te banhar. Uma estrada de luz, desenhada por luar de compromisso, trouxe-TE a mim. Gosto de TE ver nua, brilhando em pérolas de gotas de água penduradas no teu colo. Enfeitam seios fartos que desejo. Que espero tocados em pressão, na minha pele. Que sonho na minha boca, impelidos pelas tuas mãos em posições de desejo. A areia excita-se ao teu passar. Abre pegadas de amor, e molha-se ao toque dos teus passos. Fetiche que repete sempre que a lua anuncia. Gosto do roçar das tuas coxas. Gosto do triângulo aparado que coroa os lábios que quero só para mim. Sinto-os com os olhos. Cheios, carnudos, sorrindo, desejosos de beijos e de língua. Sentado espero-TE. Sentado, recebo-TE, lambendo-TE como pedes, sugando-TE devagarinho com vontade prometida. Molhada de mar, de sal e de mim, sentaste-TE, preenchendo-TE com pedaço meu. Em ondas, navego-me em ti, remando na maré que me ofereces. Os teus seios embalam os meus olhos acompanhando os gemidos do mar, excitado. Nele, em espelho, vejo o teu corpo que me engole. Gemes como o mar, baixinho, anunciando maré-cheia, agitada e transbordante. Esperei por ti, esperei o sinal da lua, minha cúmplice, banhei-TE em tsunami de espuma minha, que TE enche na profundidade do corpo que me dás, sempre que a lua anuncia.

7.10.09

salada de sentidos

foto: Amanda Com (http://www.olhares.com/)

Pintei-te hoje de sabores e cores. Apeteceu-me assim, passear-me por gostos espalhados pelo teu corpo nu, servido em salada de sentidos com travo de champanhe francês que fiz escorrer em ti, por caminhos de pele arrepiada. Morangos de estacão acabada, enfeitavam-te em pedaços, gotejando sangue doce. Trincados entre lábios gulosos, partilhados com beijos de línguas ondulantes. Repousavam em prazeres, no corpo fervente de desejo. Fragmentos de frutas menos coloridas beijavam-te o sexo, fazendo destacar lábios rosados, latejantes. Pequenos beijos meus pousavam-te no clítoris acompanhados por bocados de pêra por amadurecer, de aspereza excitante. Servi-me. Devagar. Saboreando-TE, com dedos brincando dentro de ti. Gomos de amor com laranja eram espremidos em rotações de mãos nos teus seios lindos, fartos, excitantes, excitados. Servi-me sem te avisar, sugando o suco que banhava os teus mamilos endurecidos. Em exaltação crescente os cocktails de sabores misturavam-se entre as nossas peles suadas por sumos de frutas quentes, também nossos. Recolheste o teu e deste-me em dois dedos que passeaste na minha boca. Guloso, deliciado, beijei-TE ternamente e agradeci sorrindo. Depois, de cócoras, provaste-me com movimentos doces e delicados, sorvendo gotas que disseste saber a morango. Misturados nos cheiros que nos envolviam, entregamo-nos perdidos, inebriados por salada de sentidos que consumimos escoando tempos em ampulheta de prazer. Fechando os olhos, abandonei-me em ti, deixando-TE os sabores finais que desejaste. Bebeste devagar, sorrindo, daquele jeito que me deixa tão perdido, com vontade de TE ter...

2.10.09

jantar


Ritual da manhã habitual. A leitura das notícias na internet e a consulta dos e-mails, são acompanhadas por cheiros matinais que aconchegam do frio madrugador de Outubro. Café com leite e torradas pairam no ar da casa como fantasmas aromáticos que se preparam na cozinha. Do outro lado do mundo, enquanto dormia, recebi noticias… preparavas o Jantar para mim. O cheiro de coisas boas, apetitosas, envolveram-se com os fantasmas que por aqui andam, abraçando-se em sabores de horários trocados. Jantar e pequeno-almoço trocavam carícias, com contornos de sexo disfarçado… pleno de sexo. Pretendo eu dizer que Jantar, era feminino, ardente, saboroso, de uma volúpia carregada de significado. Jantar estava despida em contornos bem preparados, alindada com temperos de um erotismo que não deixa ninguém indiferente. Chegaste então assim, nesta manhã arrefecida de Outono, “ folha a folha, gota a gota, passo a passo” . Chegaste cheia de odores apetitosos e perfumes de sexo. Chegaste despida e pousaste no meu colo, beijando-me “silenciosa(mente)”, colocando “as tuas palavras na minha boca”. Debruçaste-te sobre o varandim da minha alma, e brincaste docemente com os meus sentidos, excitando-os com toques de pele arrepiada. Sentada em mim, abraçaste-me com tudo. Senti os teus braços em torno do meu pescoço e as tuas pernas cruzadas nas costas empurrando-me para ti. Os teus seios, contra o meu peito, escreviam poemas de amor e sexo com bicos endurecidos. Sentia-te os beijos, vários, molhados, lábios, vários, escorrendo. Fizeste-me crescer, molhando-me. Fizeste-me delirar em cheiros lindos, do outro lado do mundo. Trouxeste as coisas que me excitam e te transformam em musa do meu sexo. Abraçaste-me ao pequeno-almoço, trazendo o teu Jantar. Abraçaste-me forte, com meiguice, como gosto. Apertando-me contra ti, fundindo almas, entrei a teu pedido e bebemo-nos saboreando os sabores que ambos imaginamos.