8.10.10

costuma ser assim


Costuma ser assim. Doce e sem pudores entras e distribuis sorrisos cúmplices que nos despem, tentadores. Espalhas beijos pelo corpo dela e os teus dedos vão contando caracóis loiros. Beijas-lhe demoradamente a face, deixando esquecida, por segundos repetidamente ousados, a língua a percorrer as linhas dos lábios dela. Privilegiadamente, participo, nas vossas aventuras. Deixo-me perder nos vossos corpos enroscados e quentes que despreocupadamente de cobrem um ao outro. Gosto de ver as tonalidades de pele, diferentes, com brilhos diferentes, percorridas por mãos diferentes, que sabem tão bem tocar. De vez em quando, as minhas juntam-se às vossas e vão navegando por mares suados, encontrando-se nas arestas mais recônditas dos vossos corpos enlevados, carregados de ondas rebelde. É bom ver os teus seios em beijinhos pequeninos colados aos seios dela. Gosto quando eles se lembram de mim e se oferecem radiosos na minha boca sedenta. Costuma ser assim, descomplexadamente vocês se presenteiam aos meus olhos e deixam-me a escorrer de prazeres. Descobrem-se de cada vez, como se fosse a primeira. Sorriem, brilhantes nos olhos, afagando seios que cabem em mãos gulosas e preparam os caminhos para a performance final. Costuma ser assim, os vossos dedos perfeitos, fazem sorrir vossos lábios. Todos se conhecem. Os dedos teus nos lábios dela, e nos teus, e nos dela, saltitando, dedilhando gemidos em duetos escaldantes. Os dedos dela nos lábios teus, e nos dela, e nos teus, descobrindo, coleccionando contornos em memórias visuais – minhas, tuas, dela – até nos deixarmos perder no descontrolo dos corpos. Depois, costuma ser assim, trocamos beijos molhados com sabores dos vossos dedos e adormecemos os três, vocês nuas, abraçadas, e eu com alma encantada de vos ter assim para mim. Costuma ser assim, quando entras e ficas por cá por uns dias...