27.8.09

por entre as cortinas

Estendida na cama do hotel, voltei a sentir os teus sabores que tanto desejo. Provei-te apressado e sôfrego, ainda com a cama por desfazer e com as cortinas semiabertas. Logo imaginamos que aquele caminho de luz que invadia a nossa privacidade, trazia olhares curiosos, molhados, de alguém habituado a perscrutar janelas de hotel, em busca dos prazeres dos outros. Não demorei muito a despir-te, cobrindo-te de beijos, sentindo-te a pele arrepiada, tentando molhar-me novamente em ti. Como é bom sentir escorrer o teu fluído entre os meus dedos. Uma aragem fresca, corria a abraçar-nos, temperando desejos e sorrindo desprendidamente ao contacto com as nossas peles suadas. Acho que trazia ela própria o reflexo dos olhares prazenteiros de alguém que nos espiava. Isso era excitantemente novo e provocava em nós, artistas de ocasião, uma vontade enorme de não desiludir hipotéticos espectadores, alimentando egos e corpos carentes de sexo.
Senti na tua boca uma grandíssima determinação de saciares meu sexo com beijos, e num ápice, vi-me exposto para ti, entregue às carícias que distribuías por ele, sabiamente. Os movimentos hábeis dos teus dedos deixavam-me perdido. A tua língua, percorrendo “tudo”, colocava-me orbitando em pleno quarto e em plano superior vi, sentindo, o jeito lindo da tua boca a domar o meu sexo hirto que teimava em penetrar-te profundamente. As duas mãos passeavam-se, arrepiando-me e os teus olhos fixavam de vez em quando os meus que sorrindo agradeciam o banho de prazer recebido. Nas cercanias, através das cortinas balouçadas pela brisa que ritmadamente acompanhavam a acção, imagens inter cortadas eram captadas por alguém solitário. E tu continuavas, fazendo-me gemer sempre que passavas os dois prometidos dedos na periferia no ânus. Temporariamente, arrancava-te de mim para te beijar, sentir o teu tesão na minha boca, chupar-te os mamilos empolgantes. Não largando o pénis, continuando com as duas mão em carícias ritmadas, brindavas a tua pele em abraço contra a minha, oferecias-me a língua para eu sugar, voltando em poucos segundos ao meu/teu manjar predilecto.
Perdi-me pouco depois, ao som das palavras tuas sussurradas! Daquelas que se dizem em loucura e que fazem jorrar esperma a rodos. Não me perguntes como foi… sei que enlouqueci nas tuas mãos, sei que a tua boca me matou por tempo que não sei contar… sei que depois te vi banhada de mim, acariciando teus seios com escorridos ainda quentes que reflectiam olhares que teimavam espiar-nos por entre as cortinas mal fechadas.

4 comentários:

  1. Com (quase) todos os pormenores perfeitos.

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  2. Caramba, parecia que estava dentro do quarto e não fora dele. :|
    Escreves muito bem. :)

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  3. Quem és tu ? Acho que reconheço as tuas palavras ....


    Beijos

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  4. Anónimo9.10.09

    Escreves tão bem, que é fácil nos projetarmos para dentro do seu conto... Parabéns mais uma vez!
    Beijos

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