Recebi palavras em mensagem terna, imprevista e desejada. Tinha o teu sabor a café e li os teus olhos azuis por baixo assinados. O Inverno passava já pela cidade conquistando ruas arrepiadas por brisas geladas. Tu ali estavas estoicamente, no banco de jardim combinado, com sabor a quente nos lábios, para te provar. Alcancei-te com os olhos e fiz-te sorrir quando eles quase te pegaram ao colo para te abraçar. Queria tanto ter-te assim como te deste, no teu ar de princesa-menina, olhos de mar distante e cabelos dourados por sol que trazias no coração. Gosto tanto do teu sotaque quando dizes coisas lindas, quando escorres sexo ao falar. Gosto do teu metro e meio em corpo de mulher sensual, quando levemente te encaixas em mim e me deixas que te transporte em sonhos de prazer, por mares sempre navegados, quando te libertas em oceanos da cor dos teus olhos. E assim ficamos tantas vezes, flutuando em prazeres, no sofá da sala com o teu sabor a café partilhado. Como na primeira noite em que fugimos do Inverno, coubemos apertadinhos, de mãos dadas e beijos aos montes que cresciam tanto. Lembro-me bem dos teus beijos, princesa. Curtos, saltitantes nos meus lábios. Lembro-me da pontinha da língua em voos de beija-flor. Lembro como te fui percorrendo com as mãos, como as enchi com os teus seios pequenos, perversos e perfeitos. Sinto ainda, quando fecho os olhos, o teu sexo que conheci ali no sofá, por tacto que molhaste e ousei despi-lo só para o ver. Senti a tua pele branca, na minha coxa encaixada entre as tuas. A tua pele branca combina com café, mesmo em sabor. Lambi-a devagar e deixei-a impregnar a minha alma com a textura dos teus poros acordados, para fazer amor contigo mesmo que não estejas. Assim passo noites contigo, sempre que quero. Deito-te a meu lado mesmo na tua ausência. Entro em ti, mesmo que tu não estejas. Com ou sem ti no sofá, nua, de corpo enroscado no meu. Com ou sem ti, sinto os teus orgasmos prolongados espalhados pela casa, ecoando em paredes brancas como a tua pele, paredes sempre despidas como te vejo, paredes que quando quero faço transpirar o teu sabor a café.
Que poema mais aconchegante e envolvente... suas palavras são sempre assim: escolhidas à dedo!
ResponderEliminarParabéns Poeta!
Beijos
Joie
"Como na primeira noite em que fugimos do Inverno, coubemos apertadinhos, de mãos dadas e beijos aos montes que cresciam tanto. "
ResponderEliminarLindo, como cheio de erotismo é todo o teu texto.
É bom sonhar, imaginar quem amamos, quem fez encher os nossos desejos de plenitude de sensações.
Sou mulher e recordo também os meus momentos mesmo não estando ele do meu lado.
Imagina o quão este texto me deu uma nostalgia.
Queria viver este momento, com sabor a café, que eu gosto.
Beijinho
Obrigado pela visita...
ResponderEliminarSensual,sentido e belo...a paixão que ainda vive na ausência de um corpo;o amor que vive para além do toque...sonho que faz o corpo viver.Adorei começar esta leitura que promete ser uma deliciosa viagem.Parabéns!
ResponderEliminarBem, esse café parece-me uma verdadeira deliciA!
ResponderEliminarVEM!...
ResponderEliminarSimplesmente delicioso...
ResponderEliminarBeijo
Esta que adoro tanto!
ResponderEliminarBeijo.