Um calor abrasador tinha invadido a cidade. O ar abafado, fazia adivinhar tempestade e o sol mantivera-se oculto durante todo o dia. Já estavas em casa quando cheguei. Linda, cabelos ainda molhados e vestindo o meu pijama aos quadrados que, em ti, ficando larguíssimo, despertava-me de imediato uma vontade imensa de explorar o teu corpo suave e belo. Lá fora umas gotas grossas começavam a cair nos passeios, libertando odores de verão, mescla de cheiros de terra quente e chuva. Os teus beijos, ao chegar, muitos, pequeninos, doces, e com um roçar de lábios que só tu sabes fazer, excitaram-me… os teus beijos e o meu pijama aos quadrados, desenhando nos meus olhos os desejos de ti.Depois de um banho retemperador, sentei-me junto à janela a contemplar a tempestade que se aproximava, enquanto a noite ia caindo lentamente. A escuridão invadia aos poucos a casa, e a janela entreaberta, continuava a possibilitar a passagem do cheiro da tormenta. Enroscaste-te no meu colo e beijámo-nos lentamente, trocando pequenas carícias. Beijos, muitos, pequeninos, doces, e com um roçar de lábios que só tu sabes fazer. Os teus beijos, molhados num cálice de Porto que nos fazia companhia…O primeiro botão do meu pijama aos quadrados em ti, desapertado e os teus seios espreitando a tormenta que se avizinhava. As nossas mãos entrelaçadas e húmidas, apertam-se com força quando os primeiros relâmpagos iluminam o céu. Acomodas-te para ver a tempestade. Encostas as tuas costas ao meu peito, sinto o perfume do teu cabelo, e os teus ombros libertam-se aos poucos do meu pijama aos quadrados. Vou revendo com beijos a tua pele iluminada intermitentemente pela luz que atravessa a janela e o meu sexo tenta adivinhar mais uma vez a textura das tuas nádegas. Aos poucos o teu corpo vai-se escapando da prisão do meu pijama aos quadrados, deixando as grades de tecido a morrerem pelo chão. Uma excitação crescente acompanha o crescer da tempestade… Chuva violenta, relâmpagos e trovões instalam-se definitivamente na cidade, proporcionando um espectáculo ímpar e grandioso. As minhas mãos, aos poucos e poucos vão percorrendo o teu tronco, descendo até às tuas coxas, trazendo a ti uma tempestade que tanto gosto de apanhar. Sentindo-a a chegar, apoias os pés descalços na cadeira da frente e abres as pernas ligeiramente, como que a indicar o que devo fazer. Viras um pouco a cabeça, e beijas-me ardentemente, fazendo-me sentir a tua língua com intensidade. Beijos, muitos, pequeninos, doces, e com um roçar de lábios que só tu sabes fazer. O teu sabor, o Porto, o cheiro da chuva, o som da trovoada, despertam todos os meus sentidos. Faço por sentir todo os contornos do teu corpo e espalho a tua excitação pelos meus dedos. Espreguiças-te, abres um pouco mais as pernas e vai crescendo em ti uma vontade enorme de explodir. Compassadamente suspiras, beijando-me. De vez em quando, uma luz celestial inunda a tua face, revelando aquela tua beleza que te invade ao aproximar do orgasmo. Uma torrente de água jorra do telhado produzindo um som violento que abafa os teus gritos de prazer. Resta o movimento sincopado e belo das contracções do teu corpo, indicando o auge da tempestade. Quietos, abraçados, de mão dada, assim ficamos a saborear a tormenta enquanto o meu pijama aos quadrados jaz assassinado por desejos que nunca se deixam morrer.